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Você sabe o que é TOC?
Trata-se de um transtorno psíquico crônico e está entre as 10 doenças mais debilitantes e incapacitantes das pessoas.
O senso comum traz o TOC de forma muito caricata, e pode não representar a doença corretamente.
É muito comum vermos pessoas se autodiagnosticando com TOC quando, por exemplo, apreciam ver seus pertences muito bem organizados e alinhados.
Porém, a organização, limpeza e asseio nem sempre estão relacionadas ao transtorno.
O TOC se caracteriza por uma sucessão de pensamentos obsessivos em torno de um acontecimento, que pode ou não ser real.
Esses pensamentos, geralmente negativos, invadem a cabeça da pessoa sem horário marcado, e marcam por sua repetição.
A pessoa não tem controle sobre eles, o que traz um grande sentimento de angústia, medo e ansiedade.
Os pensamentos, muitas vezes, são totalmente irracionais, mas parecem muito tangíveis para a pessoa que sofre com o TOC.
Para tentar contar essa onda de sentimentos negativos, a pessoa passa a criar seus próprios rituais para concretizar um novo pensamento por cima: o de segurança.
Por exemplo, uma pessoa que sofre com TOC pode retornar à sua casa várias vezes depois de sair, apenas para checar se a porta está trancada.
Na primeira checagem, ela confirma que, sim, está trancada.
Mas assim que retoma seu caminho, é assolada novamente com os mesmos pensamentos negativos, e se vê obrigada a voltar e checar novamente.
O sofrimento e o tratamento do TOC
Pessoas diagnosticadas com TOC podem passar até 10 horas do seu dia apenas vivenciando seus rituais de segurança.
Os sintomas de ansiedade e pânico sentidos podem trancar a pessoa dentro de si mesma.
Por isso, é comum vermos pessoas com TOC com pouca ou nenhuma vida social ativa.
Pois, assim que termina de lidar com suas obsessões antigas, se exposta a um novo ambiente, ela pode sentir novos gatilhos que levam aos pensamentos negativos.
Ainda nos dias de hoje, a ciência tem dificuldades para determinar as conexões neuronais referentes ao TOC.
Por isso, ainda não há uma cura para o transtorno, mas sim tratamentos para aliviar os sintomas e auxiliar a pessoa.
Os tratamentos consistem em psicoterapia aliada a medicamentos psiquiátricos.
A medicação é a mesma utilizada para pacientes com ansiedade generalizada ou depressão, pois são estes os sintomas mais persistentes e debilitantes no TOC.
A psicoterapia ajuda no autoconhecimento da pessoa, pois com ele, é possível identificar possíveis causas, como traumas ou vivência difícil durante a infância, e gatilhos para os pensamentos obsessivos.
Procure ajuda
Se você sente que pensamentos ruins “pipocam” em sua mente a todo momento, te trazendo muita angústia, é hora de buscar ajuda.
O primeiro passo é tentar compreender a causa desses pensamentos, que podem ser frutos de memórias traumáticas, medos, anseios etc.
Veja se estes pensamentos te impedem de fazer alguma coisa, ou se afloram certas atitudes.
Por exemplo, uma pessoa que acaba de se cortar com um pedaço de papel pode ter vários pensamentos obsessivos e negativos que remetem à bactérias entrando em sua corrente sanguínea através desse corte.
O que a faz lavar as mãos várias vezes até sentir que eliminou todas as bactérias com água e sabão.
Se isso acontece com você, procure a ajuda de um psicólogo.
A psicoterapia pode te ajudar imensamente através da fala e da escuta qualificada.
E, se necessário, o psicólogo pode lhe encaminhar a um psiquiatra para tratar os sintomas mais persistentes.
O TOC não é uma doença fácil de se lidar, mas com a ajuda de profissionais capacitados, a qualidade de vida da pessoa pode melhorar muito.
Cristı̊na Almeida
CRP: 06/49407
