ANSIEDADE

Ansiedade

Os transtornos de ansiedade têm aumentado cada vez mais e causado efeitos psicológicos negativos nas pessoas.

Segundo a OMS (2020), o Brasil apresenta a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo, com uma prevalência de cerca de 10 a 20% na população em geral, muitas vezes associada com sintomas como o medo e mal-estar, fadiga, inquietação, palpitações, dentre outros. Os estudos das causas dos transtornos ansiosos são complexos e individualizado, envolvendo fatores genéticos, hereditários, ambientais, psicológicos, sociais e biológicos. (SILVA FCT e NETO RML, 2020).

Em primeiro lugar, ao falarmos de ansiedade temos que ser cautelosos, porque para as pessoas que sofrem com ela, qualquer coisa pode tornar-se um gatilho e ativá-la.

A ansiedade faz parte do ser humano, todos nós passamos por crises ansiosas, sendo elas manifestadas ou não. Ao dizer manifestadas quero me referir às crises conscientes, quando percebemos que temos a ansiedade, sentimos os sintomas que ela traz momentaneamente durante as crises ou no dia a dia.

A ansiedade tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas, principalmente durante o período de pandemia.

Crises

O isolamento afetou o emocional e o psicológico de todos ao ponto das problemáticas relacionadas à mente aumentarem significativamente e a manifestação dessas crises também.

A ansiedade sempre existiu, mas normalmente não era dada tanta importância para ela, principalmente, pelo uso das válvulas de escape (drogas e álcool).

Atualmente, os escapes ainda são muito utilizados, mas a saúde mental ganhou o espaço que deveria estar prescrito a tempos e por essa razão diversos estudos mostram que a melhor saída para trabalhar essas questões é a intervenção através da psicoterapia.

O uso das válvulas de escape para combater a ansiedade pode gerar dependência e a longo prazo trazer danos físicos.

A ansiedade nos traz sintomas durante as crises, que podem ser confundidos com algum conflito físico, como por exemplo, ao entrarmos nas crises, o corpo se prepara para reagir a alguma coisa, sendo assim, libera hormônios.

Essa liberação hormonal pode provocar hiperventilação que desequilibra a ventilação, aumentando a pressão sanguínea e acelerando os batimentos cardíacos, e a nossa atenção acaba ficando mais rápida durante esse processo de ansiedade, ou seja, um reflexo do cérebro atem-se aos sintomas físicos e a intensidade desses sinais e até mesmo novas manifestações podem surgir e aumentar.

É comum que durante as crises uma pessoa pense que pode estar com princípio de infarto, pelos sintomas que a ansiedade traz e os que a cabeça cria com a ajuda da paranoia, que também é uma caraterística trazida pela ansiedade.

Sendo assim, a ansiedade pode originar diversos tipos de crises, provocada por uma situação que causa grande sensação de angústia, insegurança e nervosismo, como se algo de muito ruim fosse acontecer, e instantaneamente foge completamente do controle.

Em geral, as crises ocorrem por causa de situações estressantes ou pelo sofrimento da perda de alguém, por exemplo.

Tipos

Dessa forma, Freud define três tipos de ansiedade, como:

Ansiedade moral: Diz respeito ao sentimento de violação experienciada por uma pessoa.

Ansiedade neurótica: Aborda a ideia de que alguma coisa que está localizada no inconsciente está sendo trazida para o consciente. Costumeiramente, esses tipos de ansiedade se manifestam quando o ego se sente sobrecarregado, principalmente pela libido. Seus impulsos acabam derivando do ID. E assim formam crises ansiosas.

Ansiedade objetiva: Trata-se de um medo referente ao mundo real, a algo que realmente exista e pode oferecer perigo. São tipos de medo, que normalmente são vivenciados quando há algo lhe oferecendo perigo.

Sobretudo, também é de suma importância dizer que dentro desses tipos de ansiedade é comum encontrar características que fogem desses padrões estabelecidos previamente por Freud, pois com a adaptação do ser humano com os seus entornos, o cérebro processa dados de acordo com os estímulos internos e externos. Se o externo muda, os estímulos também mudam, e vice-versa.

Por vivermos em uma época extremamente distinta, quando esses tipos de ansiedade foram trazidos à tona, alguns elementos novos puderam completar essas ideias, da mesma maneira que podem refutá-las. Todos os tipos de ansiedade podem ser revistos e amenizados graças e através da psicoterapia.

Psicoterapia

Em síntese, como o assunto é ansiedade, podemos enxergar características provocadas pela ansiedade em nós seres humanos. Nós temos o costume de pensar na ansiedade como algo negativo, mas a realidade é que ela existe para que possamos nos manter vivos, ela é praticamente instintiva.

É um sentimento que nos faz reagir a estímulos externos. Quando um animal foge de um predador na natureza o cérebro age pelo instinto de sobrevivência.

O mesmo acontece quando nós nos preocupamos com situações no trabalho e nos estudos, por exemplo. É um tipo de sobrevivência.

Em suma, a ansiedade é algo natural e nos acompanha desde antes de sermos quem somos, a preocupação com ela é necessária, assim como também é necessário naturaliza-la para que possamos lidar com ela melhor.

A psicoterapia traz intervenções interessantes para aprendermos a lidar com esse sentimento, ou seja, a ansiedade pode ser tratada e diminuída com o auxílio das sessões de psicoterapia.

Definitivamente é importante salientar, que durante uma crise de ansiedade, não temos que aprender a controla-la e sim entende-la para que possamos digeri-la com mais facilidade e progredir no processo de autoconhecimento.

Em outras palavras, a psicoterapia sempre nos auxilia na busca do autoconhecimento, por essa razão é recomendado a todos que tenham dificuldades de digerir ou até mesmo entender os seus pensamentos e posicionamentos que iniciem com a psicoterapia.

SILVA, F. C. T.; NETO, R. M. L. Psychiatric symptomatology associated with depression, anxiety, distress, and insomnia in health professionals working in patients affected by COVID19: a systematic review with meta-analysis. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, v. 104, p. 110057-110060, 2021.

Cristı̊na Almeida

CRP: 06/49407

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

Postagens Relacionadas

Dra. Cristı̊na Almeida

CRP: 06/49407

Há mais de 30 anos atuo ativamente como psicóloga na área clínica, sou psicanalista, especialista em transtornos alimentares, coach e credenciada: