|
Dentro da Psicologia podemos encontrar diversos teóricos das mais diferentes vertentes defendendo suas posições em relação ao que consideram ser as estruturas de personalidade de uma pessoa.
Uma série de estudos foram feitos ao longo dos anos de forma a compreender o funcionamento da mente do ser humano.
Dentro da psicanálise, podemos dividir a psique em: consciente e inconsciente.
O consciente é tudo aquilo que vivemos e parece palpável para nós, nossa vida de vigília que acontece enquanto estamos acordados e fazendo uso dos processos psicológicos básicos:
- Aprendizagem;
- Atenção;
- Emoção;
- Linguagem;
- Memória;
- Motivação;
- Pensamento; e
- Percepção.
Ou seja, o consciente engloba tudo o que podemos ver, sentir, tocar, ouvir, pensar, falar ou movimentar.
Já o inconsciente não é palpável, é tudo o que acontece no âmago do nosso ser, onde mantemos nossos impulsos, pensamentos, sonhos e sentimentos.
Podemos associar o consciente e inconsciente a figura de um Iceberg, por exemplo.
A ponta do Iceberg, que é visível para as embarcações, é o consciente, enquanto todo o restante que está abaixo da linha da água e dificilmente pode ser visto, é o inconsciente.
Vamos destrinchar resumidamente as estruturas de personalidade dentro da Psicanálise, segundo Freud.
Acima de tudo, ele acreditava que a psique é formada por três elementos: Id, Ego e Superego. Cada um com suas funções e características próprias.
Estruturas:
Id: é desenvolvido a partir do momento em que nascemos e fica dentro da nossa inconsciência.
É responsável por nossos desejos e impulsos que buscam o prazer a todo momento.
Quando somos bebês, por exemplo, temos o impulso de saciar a fome ou o desejo de nos alimentarmos.
O Id trabalha enviando estes impulsos de forma que comecemos a chorar, pois entendemos que o choro vai chamar a figura materna, que irá prontamente nos fornecer o alimento.
Ego: o Eu. Reside dentro da nossa consciência e é responsável pela nossa interação com o que é real.
O Ego trabalha controlando os nossos impulsos e adaptando-os a formas mais aceitáveis de acordo com a cultura em que nos desenvolvemos e vivemos.
É o grande equilibrista da nossa psique, porque procura saciar nossos impulsos na medida em que os controla.
Por exemplo: é o que nos faz xingar baixinho, apenas para nós, um mau motorista no trânsito, no lugar de sairmos de nosso carro para comprar uma briga física.
Superego: se desenvolve a partir do Ego e apenas a partir dos 5 anos de vida.
Segundo Freud, contém todos os ensinamentos passados a nós pelas figuras parentais, sociedade, cultura etc.
É o nosso regente moral perante a sociedade e nos faz deferir o bem do mal, apesar de subjetivos.
Está localizado tanto no consciente como no inconsciente, de forma a controlar nossos impulsos de acordo com o que é moralmente aceito.
O Superego age como uma voz que nos diz “não faça isso, não é correto”.
Estas estruturas compõem a nossa psique, que se desenvolve conforme a nossa vivência.
Entendendo as patologias
Podemos entender, a partir delas, que algumas patologias são causadas por conta do enfraquecimento de uma ou mais estruturas.
Um comportamento neurótico, por exemplo, pode ser explicado pelo enfraquecimento do Id, responsável por nossos impulsos.
Uma pessoa neurótica pode possuir o Ego ou o Superego muito mais fortalecido, fazendo-a sentir-se preocupada constantemente com o que os outros podem pensar dela.
Ou seja, também a faz agir de forma contida, sem a possibilidade de deixar seu inconsciente (sua essência) vir à tona.
Contudo, é importante entender que estes enfraquecimentos das estruturas de personalidade podem ser moldados se ocorrer o adoecimento da pessoa.
Acima de tudo, a psicoterapia auxilia a pessoa a se autoconhecer e compreender o que está sendo trabalhado em escassez ou em excesso dentro da sua mente.
A partir da fala e da escuta qualificada, é possível entender e transformar aspectos inconscientes nossos que podem somatizar em nossa consciência.
Em conclusão, trabalhar esses aspectos com um psicólogo é a melhor forma de buscar o tratamento adequado para os nossos sofrimentos.
Em momentos de dor, é importante que tenhamos em mente que não há vergonha alguma em pedir ajuda.
Procure uma psicóloga quando achar necessário.
Cristı̊na Almeida
CRP: 06/49407